Um dos maiores segredos da vida e poucos sabem é que a coisa mais inútil é esforçar-se para esquecer um amor. Todo amor que um dia se misturou carregará consigo partículas do outro. Quando nos esforçamos para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, o melhor será seguirmos por outra estrada e procurar mais adiante os sentimentos que insistem em nos negar. Não precisamos fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontâneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue. E em outras vezes, nada damos, e o amor simplesmente acontece. Os sentimentos são sempre uma surpresa, algo como se fosse um presente ou recompensa pelos nossos atos, é tudo uma questão de merecimento. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho. O de mais nada fazer. E esse é o caminho que me resta. Talvez venha o arrependimento, o recomeço, mas não se pode contar com isso. Não se pode contar com nada. O único caminho viável é viver e correr o risco do acaso. E substituir o destino pela probabilidade.
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